sexta-feira, 5 de outubro de 2007

On An Island I

O meu cantinho em 23/03/2006

Acho que ainda não falei deste álbum, talvez dos mais belos dos últimos anos, na minha perspectiva o melhor deste século. A sensação que me transmite é de uma profunda paz e serenidade. David Gilmour aparece aqui mais maduro, menos agressivo, menos depressivo. Um verdadeiro hino à felicidade e à calma. Só muito raramente um disco consegue transmitir tanta tranquilidade. SUBLIME.

Fechei os olhos e imagino-me a olhar para um lago cujas águas imaculadas pela ausência de qualquer brisa, reflectem um castelo numa ilha. O horizonte perde-se na bruma, ao longe ouve-se o som grave, quase cavernoso, das ondas do mar embatendo nos rochedos. Está frio, um frio seco, quase cortante, o céu coberto de nuvens que apesar do seu aspecto tempestuoso, combinam nesta paisagem conferindo uma moldura a todo este quadro. Sente-se alguma electricidade no ar, ouve longínquo um trovão, e nota-se claramente o cheiro da iminência da chuva.

A tarde aproxima-se do fim, pequenos bandos de aves cortam o ar a caminho dos seus ninhos, deixando aqui e ali escapar um trinado. Ao longe sobre as falésias adivinha-se o habitual frenesim de fim de tarde das gaivotas, do outro lado nas colinas que se adivinham verdejantes no cinzento da bruma, um rebanho de ovelhas pasta pachorrentamente, ouve os seus sinos assim como o latir dos cães pastores que se afadigam a reagrupar as que se tresmalham. Não sinto qualquer pressa nem vontade de abandonar este local mágico, olho para o relógio e verifico que os ponteiros estão parados. As sombras também não se movem, o tempo ficou congelado num longo segundo. Não reajo, não tenho fome, nem sede, nem cansaço, nem stress.

Continua - Um parêntesis para informar que devido à extensão do texto tive de cortá-lo. Irei publicar os diferentes excertos nos próximos dias. Um conselho, faz todo o sentido ler o texto acompanhado pela música, pois foi ouvindo-a que encontrei inspiração para escrever.

Fiquem Bem!

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